sexta-feira, 11 de março de 2011

Quanto mais fundo o lodo, mais o lótus floresce

Nós que vivemos nos centros urbanos, sabemos bem o que é estar diariamente expostos aos piores fatores de desgaste físico e emocional. Como aquelas plantinhas que surgem nas frestas do asfalto, enfrentamos o desenrolar de cada dia tentando manter a integridade em um cenário inóspito e agressivo. Assim como a sujeira nos faz criar anticorpos, as dificuldades nos fazem criar mecanismos de defesa que nos fortalecem por dentro e por fora. É um exercício de perseverança. Sem grande força interior e clareza, não conseguimos seguir adiante com saúde, somos sufocados por pragas, degradação humana, poluição ambiental, violência, que se multiplicam assustadoramente. Abrimos caminho com esforço, o tempo passa depressa e, se não conseguirmos realizar nosso próprios projetos, nossa energia certamente será sugada por projetos alheios; se não criarmos nosso código de valores como indivíduos, obedeceremos aos valores da cultura em que nascemos e cujos padrões aprendemos a reproduzir sem perceber e portanto, sem questionar. Com isso, corremos o risco de um dia acordar e descobrir que não sabemos mais quem somos, uma vez que passamos a vestir um manto coberto pelos referenciais alheios; camada por camada.
Gandhi nos descreve esta dinâmica, quando diz:
Suas crenças se tornam pensamentos,
Seus pensamentos se tornam suas palavras;
Suas palavras se tornam suas a;ções;
Suas ações se tornam seus hábitos;
Seus hábitos se tornam valores
Seus valores se tornam seum destino.
(texto do Livro  O  Prazer de Ficar em Casa, de Leticia Ferreira Braga)

A Flor de Lótus nasce no barro, emerge das águas e vislumbra toda sua magnitude sem sujar suas pétalas.

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